O
preconceito do mercado com os evangélicos caiu por terra quando as
cifras do mundo gospel começaram a se multiplicar na mesma velocidade de
templos e fiéis. Com investimento maciço em comunicação, os crentes –
assim chamados, embora nem todos gostem da expressão — passaram a ser
vistos e ouvidos e, na última década, se consolidaram como o segmento
religioso que mais cresce no país, alicerçado em muita fé e muito
dinheiro.
Para se
proliferarem mais rápido, igrejas neopentecostais adotaram o regime de
franquia. Na Universal, um novo templo só era autorizado se comprovassem
arrecadação mínima de R$ 150 mil mensais, valor reduzido para R$ 50 mil
depois da forte concorrência com outras denominações.
Por ano,
estima-se que sejam abertas 14 mil igrejas evangélicas no Brasil. De
Bíblia na mão, oratória afinada e impulsionados pelaimunidade tributária
— benefício que abrange todas as instituiçõesreligiosas –, pastores
fincam púlpitos em pequenos imóveis de esquina ou, com o dízimo cativo
(de pelo menos 10% da renda) e pago rigorosamente pelos fiéis, erguem
imensos templos luxuosos de norte à sul.
As somas
estrondosas rendem gritos de ‘glória’ entre os mais fervorosos. O
mercado evangélico no Brasil, com 42,3 milhões de adeptos, 60% deles da
linha pentecostal, liderada pela Assembleia de Deus, faz girar cerca de
R$ 15 bilhões por ano em diversos segmentos.
É o mesmo
volume movimentado pelo turismo religioso no país. A estimativa,
incluindo dados de gravadoras e editoras, é da organização do maior
salão gospel da América Latina, realizado todos os anos em São Paulo. ( Do Correio Braziliense ).
Ou seja, no comércio da fé Jesus é vendido a prestação.