Em comparação com outros Mundiais, o evento no Brasil é o mais
dispendioso. Em 2006, a Alemanha gastou na 3,7 bilhões de euros para sediar a
Copa, cerca de R$ 10,7 bilhões. Em 2002, Japão e Coreia, gastaram juntos US$
4,7 bilhões, cerca de R$ 10,1 bilhões. Na África do Sul, em 2010, o custo do
evento foi de US$ 3,5 bilhões, perto de R$ 7,3 bilhões. Conclusão: a Copa do
Mundo de 2014 no Brasil será a mais cara da história.
E é um acordo estranho. O Brasil paga a conta, mas é a FIFA quem lucra.
Segundo seus próprios dados, a “entidade máxima do futebol” estimava, em 2011,
que gastaria US$ 3,2 bilhões para organizar o Mundial, obtendo uma receita de
US$ 3,6 bilhões. Mas Jerome Valcke, o mal humorado secretário-geral da FIFA,
admitiu que a renda irá superar a marca de US$ 4 bilhões, dobrando o lucro da
entidade com o evento.
O Ministério dos Esportes elevou a previsão dos gastos com a organização
do evento, passando dos R$ 25,5 bilhões em abril para R$ 28 bilhões. Com esta
nova quantia, é possível construir mais de 90 mil postos de saúde completamente
equipados, comprar cerca de 350 mil ambulâncias equipadas, contratar mais de 2
milhões de professores por ano ou construir quase 25 mil km de estradas
asfaltadas (veja arte acima). Para elevar esta insatisfação, o governo, que
arca com quase todo o investimento, assumiu que esses gastos devem subir mais
ainda este ano.